quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Soneto de Fidelidade


De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.


E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinícius de Moraes

Um comentário:

  1. Oi, Elzinha!
    Estava com saudades. De vez em qdo a gente some, né?! Adorei reler o soneto da fidelidade.
    Tenha uma boa noite!
    Abracinhos
    Sue

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